Finais no futsal. Semifinais no campo. Caravana na rua. São Paulo em modo decisão.
Você já sentiu aquele arrepio que não avisa nada, só anuncia que o dia vai ser grande? Aquele nó no estômago que mistura expectativa, nervosismo e uma alegria estranha, como se a cidade inteira estivesse te chamando para um jogo decisivo?
Pois foi desse jeito que o domingo amanheceu no CERET. Era a final de futsal feminino e masculino e a Caravana chegou cedo, rasgando a Zona Leste como quem sabe que o espetáculo começa antes do apito inicial.
Do lado de fora: som de tamborim, cheiro de pipoca e aquela conversa solta de torcida que entende de futsal mais do que muito comentarista de TV.
Do lado de dentro: quadra brilhando bonita, luz batendo no piso azul, arquibancada enchendo aos poucos.
Era final. Era nervoso. Era história.
E como toda boa história, começa com um fato simples: a cidade inteira decidiu colar.
A Caravana marcou presença no futsal com força.
O campo? Já estava aquecido desde sábado, lá na Arena Ibrachina, onde o futebol feminino e masculino viveu semifinais de respeito.
Era o tipo de fim de semana em que a cidade vira estádio, as quebradas viram território de honra e São Paulo vira — oficialmente — o maior palco esportivo do país.
E agora, bora para o jogo.
FUTSAL – FINAIS (22/11)
AD FAMÍLIA BATE DE FRENTE 0 x 2 BELAURA
A bola obedece quem sabe o que fazer com ela

Se São Paulo tivesse um dicionário próprio, “jogar bonito” teria foto da camisa 11 do Belaura do lado.
O jogo nem tinha esquentado e Aline já estava organizando a quadra com a serenidade de quem conhece cada centímetro do piso.
O primeiro gol veio com assinatura.
O segundo, com carimbo de mestre: um com a direita, outro com a esquerda.
Quem sabe, sabe. Quem tem repertório, mostra.
A Família Bate de Frente tentou. Brigou. Chegou. Mas não conseguiu transformar a vontade em gol.
Belaura, por outro lado, transformou futebol em controle de partida.
Placar: 2×0.
Quadra tomada pelo azul e branco.
Título garantido.
Daquele jeito. Aline não só brilhou.
Ela iluminou o ginásio inteiro.
VQV FUTSAL 2 x 3 FÉ EM DEUS
Quando o jogo pede fé… e alguém responde

O futsal masculino começou daquele jeito: relógio mal tinha pisado no 00:59 e o Fé em Deus já estava comemorando. Gol relâmpago, daqueles que mudam o clima, o jogo e até a alma de quem está em quadra.
O VQV tentou equilibrar.
Criou chance, fez troca bonita de passe, empatou com vontade… só para tomar um gol no último minuto da primeira etapa.
Clássico do futsal: quem vacila, sofre.
O segundo tempo foi guerra santa.
Divididas duras, tática pesada, intensidade lá em cima.
Mas Kauê estava num daqueles dias raros em que o jogador joga por si, pela camisa e pela comunidade inteira.
Meteu o terceiro.
E abriu um clarão na final.
O VQV ainda diminuiu num míssil de longe, botou fogo no jogo, pressionou, atacou, acreditou.
Mas final é final:
Fé em Deus campeão por 3×2.
Quadra explodiu.
Fim de tarde com cheiro de título.
FUTEBOL DE CAMPO — SEMIFINAIS (22/11)
Quando o gramado da Ibrachina vira passarela de decisão
No sábado, na Arena Ibrachina, o futebol feminino e masculino jogou com alma.
E como manda a tradição da Zona Leste, quando a bola rola ali, a cidade assiste.
KEBRADA 1 (3) x (2) 1 GAROTAS DO PARQUE REGINA | Um jogo que entendeu o que é semifinal

Começou equilibrado, disputado no meio, dividido de verdade.
Lelê abriu o placar para o Pq. Regina com categoria.
A Kebrada voltou para o segundo tempo como quem volta para casa sabendo que precisa reorganizar tudo: e marcou logo no primeiro minuto, com Margiri.
O empate levou o jogo para o limite.
E nos pênaltis, ninguém tremeu… até Torres decidir com duas defesas e o gol da classificação.
Fim: Kebrada na final. História na conta.
BRASÍLIA FC 0 (3) x (2) 0 ATLÉTICO DO JAÇANÃ | O jogo da resistência

Jaçanã começou bem.
Brasília respondeu melhor.
Chegou, bateu, quase marcou.
E então vieram as expulsões.
Com duas jogadoras a menos, o Jaçanã jogou no limite físico.
O Brasília tomou conta da partida, criou, insistiu, mas o placar ficou no 0x0.
Nos pênaltis, venceu quem mereceu vencer:
Brasília FC por 3×2.
A.D. REAL PRIMAVERA 0 x 2 GUARAÚ VIVE FC | Quando eficiência vira destino

Jogo truncado, dividido, estudado.
Primeiro tempo lá e cá, sem chances claras.
Mas no segundo tempo, o Guaraú Vive apertou o ritmo.
Criou mais.
Soube esperar o momento certo.
Caxí abriu o placar aos 18.
Jé ampliou aos 23.
E o Guaraú fechou por 2×0 uma partida de estratégia pura.
CONCLUSÃO
Entre quadras, gramados e ginásios, uma coisa ficou clara no fim de semana:
São Paulo não assiste esporte.
São Paulo vive esporte.
E vive de um jeito que só ela sabe:
com torcida que vira família,
com jogador que vira símbolo,
com Caravana que vira comunidade,
com cada bairro escrevendo um capítulo da própria história.
As finais e semifinais mostraram que vencer é bom, mas jogar com respeito é melhor.
Ser campeão é lindo, mas honrar a quebrada é maior.
E se tem algo que esses dois dias deixaram como lembrança foi isso:
ninguém faz mais pelo esporte do que o próprio povo.